segunda-feira, outubro 01, 2007

Lua

O lusco fusco surge
na mudança de sol a lua
e a cidade prepara-se
para receber mais uma noite.

Da varanda de onde a espero
vejo milhentas luzes iluminar
o alcatrão que entre casas se perde
sem alguém para o calcar.

Ao redor deste refúgio,
chaminés içam no ar
o fumo das comidas
que famílias esperam esfomeadas.

Pacatamente, em noite à parte,
ouvem-se os grilos, já despertos,
em constante sinfonia,
chamativa do amor.

Dando aval às horas
para, metódicas, passarem,
surge assim a lua
a deslumbrar-me lá do alto.

Magnífica lua,
em crescente apresentada!
Pérfida lua,
que tao nova mentes já!

Inspiração de artistas,
como podes tu ser?
Ora mentes ora foges,
ora magra ora gorda!

Muito encanto deves tu ter,
que eu que te rejeito
perco-me também
emaranhado em teu enleio.

2 Steps:

Anonymous Anónimo said...

Tenho um padrinho escritor e nem sabia! Sim, sou uma pessoa muito atenta, reparei logo no site do teu nick e vim espreitar! :p Gostei imenso disto, tens jeito.
www.fotolog.com/catherine07 - é o meu (Às vezes tenho a mania que sou fotografa! é a segunda paixão depois da música)
Beijos*

9:30 da tarde  
Blogger Mafalda Chambel said...

Não gostei tanto deste poema dos que tenho lido teus. Vai mais fundo. Vai às luzes da cidade, às noites brancas, ao som do silêncio urbano, ao encanto da mulher... sabes que a lua é simbolismo de mulher...

1:53 da manhã  

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