Adeus, Portugal!
Adeus à minha casa, à minha amada Pátria!
Perante ti, deponho as minhas armas derrotado,
E vencido e espezinhado pela minha idolatria
Ajoelho-me, tremente, injuriado e mal tratado.
Vejo-me partir, desleixado e ressentido,
Como quem vai sem um beijo de despedida.
Sem um último adeus, quente e de lágrimas escorridas,
A mágoa no lugar de um abraço apertado.
A culpa não te pertence, como assim faço crer,
Mas aos que te conduzem pelo atalho do descalabro.
Destruíram o meu lar, as terras do meu ser,
Fazendo de Portugal um pobre palco de teatro.
Abandono o que me criou e viu crescer,
Deixo para trás os campos férteis da minha imaginação,
Desprezo o que me viu chorar e ganhar o gosto por viver,
E desdenho as gentes que guardei no coração.
Adeus à minha Pátria, ao meu Portugal!