quarta-feira, agosto 01, 2007

Crianças

As crianças dançam loucas,
Extasiadas de juízo,
Numa festa de arromba,
A esse Deus Dionísio.

Cantam maravilhas vindouras,
Que seus pais já lhas diziam.
Espezinham as teias mundanas
Que vivem e se avizinham.

Sonham felizes, em regozijo,
Únicas no vale perdido.
Embriagam-se em orgias de vinho,
Que lhes olvida todo o medo.

Fulgor nas veias quentes,
Que tanto lhes dá alento.
Bebem vida dessa fonte,
Que só essa satisfaz a pronto.

Dry

Deslizas airosa,
bela no pequeno andar,
deixando fragância cheirosa
a quem se faz por atrasar.

Acalentas numerosas histórias
em sonhos meus, ardentes.
Ah, melancial fulgente,
que perdura na memória!

É culpa tua, talvez,
leito, tão em perfeito, definido,
que me faz esperar a vez,
por ser meu o corpo estendido.

Que este tom jocoso,
não se pense sem amor,
Que é de mui abuso
quem assim propor!