sexta-feira, novembro 14, 2008

Término?

Emborgo mais uma cerveja
e apetece-me outra, de seguida.
Se a tal não posso,
que os bolsos estão vagos,
resta-me o hálito de malte, que expiro.

Acendo mais um cigarro,
que estes ainda vou tendo.
Como a existência de posses
determina a vida que se leva!

Querer e não poder!
Não quero ser rico,
de mansões cheias, pelas ruas!
Quero poder sem entristecer!

Como me custa hoje,
tal como ontem e outros dias!
Quando nada corre de feição,
nada mesmo corre diferente!

Escrevo no desalento de me refugiar,
que, isso sim, não pago ao estado.
Preso a este vício de rascunhar,
que como em outros nada ganho.

Que mentira esta!
Embalado na escrita de linhas vazias,
culpo o que me alimenta!
Certo que pão não o trás,
mas sossego... que sossego!

Antes que mude a ideia,
que esta não pára,
deixo em branco, tudo o resto,
a quem a seguir há-de vir,
em estranho vício, terminar...