quarta-feira, junho 10, 2009

Salva-me

Vejo-me na necessidade de te falar.
Não tenho nada de novo a acrescentar,
nada alegre para nos entreter
e, contudo, nada triste para chorar.

Sinto, apenas, que quero falar!
Do que se é e do que se era.
Mas falar?
Falar é pouco!
Antes quero gritar!

E porque sei que posso gritar,
então eu grito!
Grito o que quiser, o quanto me apetecer!
Do que se é e do que se era.

As mesmas linhas!
Os mesmos traços de tinta!
O mesmo cheiro, até!
Mas a voz falha-me, enrouquece...

Sussorro-te ao ouvido,
numa esperança desesperada,
baixinho num sopro,
salva-me...

Digo-te, embargado na voz,
tudo o que já ouviste e cansas-te.

Peço-te em soluços de apatia e melancolia,
salva-me...